Antes de conhecer o evangelho eu era muito “traquino”; e reconheço que eu tinha uma índole má. Meu apelido era cantado como uma modinha que se cantavam carinhosamente, mas eu não aceitava. Eu ficava irritado quando alguém cantava: “Wilson Mendonça, pé de pato e mão de onça”. Eu era assim apelidado, porque tenho um pé muito largo e achatado, e a mão também enorme. Esse apelido foi inventado por uma vizinha conhecida como Dinalva. Ela sabia que eu detestava esse apelido. Certa feita ela recomendou minha irmã Joselita me apelidar. Ela assim recomendou a minha irmã mais jovem do que eu um ano: “Diga assim, Lita – Wilson Mendonça, pé de pato e mão onça”. Eu alertei a minha irmã que se ela fizesse isso eu iria queimá-la, mas, ela não acreditou na ameaça que eu fiz, e cantou a modinha que eu detestava, a qual fala do meu pé e de minha mão. Indignado com a atitude de minha irmã, fui até ao fogão, esquentei uma colher e apliquei-lhe na nuca, provocando uma queimadura de terceiro grau. Depois me arrependi da grande maldade que fiz. A partir desse dia não mais me importei com o apelido, e até passei a achar muito interessante.
Eu gostava de brigar na rua e, quando o adversário era mais forte, e não podia com ele, eu o surpreendia numa esquina, com uma pedrada na cabeça. Nunca apanhei na rua para não ir à forra depois. Infelizmente, eu era muito vingativo. Se o tempo me voltasse não faria hoje o que fiz na adolescência. Hoje eu sou o “DIU” dos meus familiares para evitar conflitos de família.
Pela graça de Deus, minha vida foi transformada pelo Espírito Santo, que me tornou num jovem manso, humilde, consagrado, pacato, perdoador e amorável. De arruaceiro ou encrenqueiro, passei a ser um jovem caseiro e pacificador. Meu negócio, agora, era ler a Bíblia e orar a Deus pelo perdão dos meus pecados e atrocidades que eu havia cometido na adolescência. Mesmo diante da mudança do meu comportamento, minha mãe era tão consagrada a Deus que não acreditava na minha transformação.
Quando eu decidi descer às águas batismais, minha mãe tentou impedir, sob a alegação de que eu era desajuizado e muito jovem; tinha apenas 16 anos de idade para assumir tamanha responsabilidade diante de Deus e da igreja. Esta foi, a segunda vez, que ela tentou impedir-me de ser batizado. A primeira vez foi em 1962, quando eu tinha 12 anos de idade. Nessa época eu havia concordado com ela, porque eu reconhecia que a minha índole, de certa forma era violenta. Mas, dessa vez, em 1965, eu a resisti e disse para minha mãe: “Olha, mãe, assim como o meu pai não impediu de a senhora ser batizada; também, a senhora não vai me impedir que eu seja, porque eu sinto que desta vez eu estou preparado para servir ao Deus Altíssimo e seguir os passos de Cristo”.
Uma vez não contando com apoio de minha mãe, fui estar com o pastor Cipriano, que conversou com ela e a convenceu para permitir que eu fosse batizado. Lembro-me que o pastor assim falou para minha mãe: “Irmã Laura, a senhora não pode impedir de seu filho ser batizado. Se ele desejou ser batizado, é porque ele sentiu o chamado do Espírito Santo. Vou dizer uma coisa para a irmã: se o seu filho for impedido de ser batizado agora, e mais tarde ele vier a desistir do batismo, e porventura se perder, a senhora vai responder pelo seu sangue no juízo final”. Nisso, minha mãe abriu mão, e permitiu que eu fosse batizado. Assim, fui batizado para a glória de Deus.
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