terça-feira, 13 de maio de 2008

Vida Educacional

Desde a minha infância, apesar de ser de origem humilde, filho de ex-remeiro do São Francisco e de uma verdureira, pela graça de Deus tive boa educação escolar. Foi com muita dificuldade que conclui o segundo grau e me tornei jornalista, escritor, terapeuta holístico e, finalmente, naturopata com formação em Nutrição Natural e Dietoterapia, tendo cursado entre 1999 e 2001, Bacharelado em Medicina Tradicional pela FAMET – Faculdade de Medicina Tradicional da Bahia. Só me resta fazer estágio de um ano para receber o diploma de bacharel em Medicina Tradicional.

Meu pai era do tipo boêmio, e gostava de “curtir a vida”. O seu salário era usado em “farras”, mulheres, perfumes e roupas caras. Ele era muito vaidoso; só andava perfumado e bem alinhado, e mais das vezes chegou a nosso lar embriagado. Poucas vezes o vi dando alguma importância a minha mãe para as despesas de casa. Enfim, minha mãe despertava às 4 horas da manhã, para ir ao Mercado Municipal de Juazeiro, onde ela comercializava verduras e legumes para conseguir os meios de sustento dos oito filhos que estavam em seu poder. Com muita dificuldade ela comprava fardamento, calçados e livros, além de lápis, canetas e cadernos, para manter eu e meus sete irmãos nas melhores escolas da cidade, destacando dentre elas as Escolas Reunidas Monsenhor Ângelo Sampaio, a Escola Clube Comercial, a Escola Adventista, o Colégio Estadual Rui Barbosa e, finalmente, a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Juazeiro, onde cursei Pedagogia.

Lembro-me que quando eu tinha nove anos incompletos, as correias de minhas sandálias se partiram, no caminho da escola, onde também, estudava minha irmã Zilda, na terceira série primária. Para não perder a aula, combinamos adentrar a escola com um dos pares de sua sandália: ela emprestou-me a sandália do pé direito e manteve a do pé esquerdo consigo. Assim, assistimos à aula daquele dia com um pé calçado e outro descalço.

Em outra ocasião fui à escola com um dos pares de congas rasgado, o que serviu de chacota da parte dos coleguinhas. Como eu não era de levar desaforo para casa, revidei as críticas com agressão física contra dois dos que faziam zombarias, e terminei sendo castigado pela professora Lucinha, que me deixou em pé no canto da parede da sala de aula com um livro na cabeça, durante o recreio.

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