No namoro, existiam pudor e respeito misturado com repressão. O beijo na boca nunca acontecia no primeiro encontro. O ato sexual só acontecia na noite de núpcias, no casamento. Se a noiva enganasse o noivo, contraindo matrimônio sem a virgindade, esta era devolvida aos pais na manhã seguinte depois de uma estressada noite de discussões, choros e lamentos. Para esse caso de traição não havia perdão da parte do noivo nem dos pais da moça, que concordavam com a anulação do casamento.
Enfim, o namoro se restringia simplesmente ao toque de mãos e troca rápida de olhares e carícias discretas sob os olhares da mãe ou de algum membro da família da donzela. A moça era proibida de se encontrar com o namorado na rua. O encontro deveria acontecer somente na porta da casa da moça. Se os pais tomassem conhecimento que teria havido um encontro da filha com o namorado na rua, ou que ela teria escrito algum bilhete para um rapaz, esta era punida, sendo proibida de sair de casa por alguns dias. Os pais mais severos usavam métodos “bizarro”, deixando a jovem de joelhos sobre grãos de milho algumas horas, depois de dar-lhe uma boa surra de cinturão ou palmatória. Minha esposa foi uma das vítimas: apanhou do pai por ter-se encontrado comigo a margem do rio São Francisco. Era uma verdadeira barbária, mas ninguém nunca morreu por isso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário