terça-feira, 13 de maio de 2008

Os banhos de Rio

O filósofo grego, Aristóteles, certa feita afirmou que “a água é o princípio e o fim de todas as coisas”. Na verdade, quando Deus formou o primeiro homem – Adão – usou água e barro. A Bíblia descreve assim: “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra...” (Gen. 2: 7). O pó da terra mencionado pela Palavra de Deus envolve também água e madeira. A água exerce poderosa atração sobre gente, bicho e vegetais, talvez pelo fato de sermos constituídos 70% dela, e apenas 30% barro. Como somos parte integrante da Natureza, o planeta Terra tem a mesma constituição do nosso corpo: 70% água e 30% parte seca.

Na Nova Terra que Cristo vai recriar, segundo a Bíblia, a água vai ficar restrita a rios que banharão toda a Terra, porque o mar deixará de existir (Apoc. 21: 1). Também, o nosso corpo terrestre, com a renovação da Terra, será transformado em corpo celestial (I Cor. 15: 40, 44, 49, 50-54). Então, a água deixará de fazer parte da nossa constituição, sendo substituída por luz, o que tornará o nosso corpo em “luzeiros no mundo” (Fil. 2: 15). Com isso, passaremos a ser 70% luz, e apenas 30% matéria.

No meu tempo, os garotos aproveitavam o calor de Juazeiro para mergulhar no leito do “Velho Chico”. Formávamos grupos de meninos na faixa de 8 a 12 anos, para descer até o rio São Francisco, onde realizávamos competições, para ver quem chegava primeiro a nado na margem de uma ilhota que fica situada nas proximidades do Colégio Rui Barbosa. Às vezes, fazíamos apostas para ver quem chegava primeiro na outra margem do rio. A travessia do rio era feita num percurso de aproximadamente 400 metros, saindo do porto da casa de bombeamento do SAAE, em Juazeiro, tendo como ponto de chegada a Ilha do Fogo. A gente fazia uma “vaquinha”, ou seja, arrecadávamos entre o grupo alguns centavos para deixar um garoto de vigília, para evitar que alguém roubasse as nossas roupas. Os banhos de rio eram praticados sem nenhuma roupa no corpo, ou seja, nadávamos peladinhos como viemos ao mundo.

Certa feita um dos garotos que montava vigia sobre nossas roupas aproveitou a nossa ausência para dar um mergulho no leito do rio. Então, alguém pegou nossas roupas às escondidas. Quando chegamos à margem, encontramos o nosso vigilante chorando. Quando perguntamos o que teria acontecido, ele falou do roubo das roupas, o que deixou todo o grupo preocupado, uma vez que não tinha como retornar aos nossos lares, porque estávamos todos nus. Com isso, todos os garotos se desataram em prantos, pos não sabiam como chegar a suas casas, “pelados” como nasceram.

Foi muito engraçado, um grupo de garotos “pelados”, andando pela estrada de volta ao lar. Naquela época Juazeiro não tinha água encanada; algumas pessoas desciam ao rio para colher água ou lavar roupas. Por essa razão, a estrada era bem movimentada por populares. Então, todos nós corríamos para se esconder atrás dos arbustos quando aparecia alguém que vinha em nossa direção. Assim, chegamos a nossas casas com muita dificuldade, se escondendo aqui; se escondendo ali. Da minha parte, eu saltei o muro de minha casa, que dava fundo para a roça do Seu Shefif, pai do atual deputado federal, Jorge Khoury, a qual ficava em direção ao rio. Alguns, ao chegarem a suas casas, “pelados” (despidos), com uma mão cobrindo o “pinto” (pênis) e com outra cobrindo a “padaria” (nádegas), tomaram uma boa surra dos pais.

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