terça-feira, 13 de maio de 2008

Vítima de Massacre

Outra “refrega” aconteceu em uma cidade litorânea, no Estado da Bahia. Ao desembarcar do navio, por volta de 17h30min., em companhia de uma jovem que a conheci durante a viagem de Salvador àquela localidade, nove elementos mal-encarados me acompanharam depois que eu havia me despedido da garota. Para chegar a uma pensão indicada pela jovem, eu teria que passar por entre muros de casas, o caminho mais curto para se chegar aonde eu queria. Nesse local, os elementos, depois de me cercarem, deixando-me no centro de uma roda humana, prometeram me surrar até à morte. Naquele momento eu pedi forças a Deus para não machucar ninguém, nem ser machucado, pois, eu tinha poucos meses que havia sido graduado mestre Kung Fu, além do conhecimento que eu já tinha de Capoeira, Judô e Jiu-Jitsu.

No Kung Fu, a gente aprende a arte da não-violência. A filosofia Kung Fu reza o seguinte: “Forte é o homem que vencer o adversário sem lutar, mesmo possuindo o poder de vencer lutando”. Como havia acontecido na região da Chapada Diamantina; fiz de tudo para evitar a briga, mas esta terminou acontecendo. Eu disse para os nove elementos: “Olha amigos, eu sou um crente e não posso me envolver com brigas; mas, já que vocês querem me surrar até à morte, como acabaram de prometer, pelo menos me deixem colocar as bolsas e sacolas no chão”. E fiz gesto de colocar os objetos no chão, ao pé de uma parede, obrigando o grupo a abrir um espaço e, ao ver-me fora da roda humana, “perna pra que te quero”; comecei a correr com as bolsas e sacolas em busca da rua. Mas, não fui bem sucedido. Um dos elementos saltou à minha frente com um pulo tipo olímpico, atingindo-me com um pontapé no peito, fazendo-me cair de costas, se espatifando as bolsas e sacolas.

No chão, indefeso, eu tentava me levantar. Mas, a cada tentativa, eu tomava uma patada ou uma “porrada” (soco de mão fechada), sem a mínima oportunidade de reagir. Os elementos me mataram mal matado. Eu estava todo moído de tanta pancada; era caindo e levantando. E quando levantava, caia novamente com uma rasteira, ou um soco, ou um chute. Resolvi ficar alguns segundos quieto no chão, imóvel; e pensei: Se eu reagir, vou morrer; e se não reagir vou morrer do mesmo jeito. Então, vou ter que morrer reagindo.

Respirei bem fundo e contraí todos os músculos do meu corpo e, após soltar um grito pavoroso, me coloquei de pé e lancei-me contra os elementos desferindo-lhes golpes rápidos e precisos de Kung Fu, utilizando pés e mão, atingindo somente os pontos mais sensíveis do corpo humano, tirando-os de combate com um único golpe. Depois de poucos segundos de luta, somente dois dos adversários ficaram em pé. Mas, quando eu me dirigi para atingi-los, estes correram sem olhar para traz. Então, juntei os objetos que estavam espalhados, e com a camisa rasgada e toda roupa suja de areia, dirigi-me à pensão indicada anteriormente pela jovem que a conheci no navio; tomei um banho rápido e troquei de roupa. Logo em seguida, arrumei as malas e peguei um ônibus de retorno a Salvador, temendo que alguns dos elementos estivessem mortos e, por essa razão, ser preso naquela cidade.

Minha última briga de rua aconteceu quando eu tinha 36 anos de idade. Era época de festas juninas. Quando eu ia passando em uma rua com minha esposa e duas filhas, três elementos desabotoaram a braguilha e urinavam em nossa presença como forma de provocação. Então, me aproximei dos elementos para reclamar respeito à minha família. Um deles não gostando, desceu a calça mostrando seu bumbum. Aproveitei a oportunidade para dar-lhe um chute no seu traseiro. Os outros dois se armaram para atacar-me, e eu simplesmente disse para eles: Venham! Estou esperando! – eles desistiram do intento e desapareceram no meio da noite.

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