Atualmente, terapeuta holístico e professor de iridologia e nutrição natural, atuei na imprensa juazeirense durante 16 anos. Comecei a fazer imprensa em 1977, como repórter do "Jornal da Bahia",
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A sucursal do jornal “A Tarde” para o qual eu trabalhei como repórter, foi inaugurada em Juazeiro no dia 30 de janeiro de 1966, sob a gerência do empresário Moacir Mesquita Lopes. Muito antes da instalação de sua sucursal, "A Tarde" já circulava em Juazeiro, tendo como distribuidoras as irmãs Belita e Beta Café. Elas recebiam o jornal via Empresa de Transporte São Luiz, por volta de 14 horas, diariamente, e este era distribuído no centro comercial local através de quatro jornaleiros mirins, que disputavam a venda do matutino pelas ruas da cidade. Um dos vendedores mirins de "A Tarde", em Juazeiro, era este que vos escreve. Eu tinha 12 anos de idade, quando, em 1961 comecei a vender o jornal "A Tarde" no centro comercial de Juazeiro. Atuei como jornaleiro mirim até o dia 15 de novembro de 1965, quando as irmãs Beta e Belita Café perderam a representação do jornal para o engenheiro-agrônomo e empresário Moacir Mesquita Lopes. Antes da vinda da Empresa São Luiz, "A Tarde" chegava a Juazeiro pelos trilhos da rede ferroviária. Somente a partir de 1966, com a inauguração de sua sucursal, em Juazeiro, "A Tarde" passou a chegar à cidade em transporte próprio.
ATENTADOS - Fazer imprensa em Juazeiro é um verdadeiro sacerdócio, principalmente quando o jornalista se "mete" a fazer uma imprensa imparcial. Eu que o diga: Nos meus 16 anos de jornalismo, no município de Juazeiro, fui vítima de dois atentados, uma ameaça de prisão, cinco ameaças de morte e uma calúnia injusta e difamatória da parte de um radialista mau caráter, sem ética, através de certa emissora de rádio apenas para descarregar seu ódio e inveja que ele nutria deste escritor. Foi a pior agressão que sofri na minha carreira jornalística. Antes, esse radialista “falso moralista” tivesse me dado um tiro como fizeram os inimigos da imprensa livre. Essa foi a principal razão de eu haver encerrado minha carreira jornalística, em Juazeiro, como também, haver interrompido a circulação da revista "Fatos do Vale" e do jornal "O Vale Cultural", também de minha propriedade, o qual tinha circulação nacional, quinzenalmente, junto aos órgãos promotores da cultura de todo Brasil.
Na história da imprensa escrita, em Juazeiro, foram registrados seis atentados contra a vida de jornalistas dos quais eu fui uma das vítimas. Os dois primeiros atentados foram registrados em 1930, tendo como vítimas o Jornalista Aprígio Araújo, do jornal "O Eco", e João Leal, do Jornal "A Luta".
O terceiro atentado à bala contra um profissional de imprensa na região do Vale do São Francisco, foi registrado em Sobradinho, em 1977, tendo como vítima a minha pessoa quando era repórter do "Jornal da Bahia". O autor do atentado foi um pistoleiro contratado por certa autoridade policial do então povoado de Sobradinho, por causa de denúncias de maus tratos e arbitrariedades cometidas contra cidadãos da referida localidade. Mas, graças a Deus, o tiro saiu pela culatra. O pistoleiro alvejou minha coluna vertebral, à queima-roupa, pelas costas e terminou por atingir seu próprio pé com uma bala dundum, que lhe causou infecção, vindo a morrer.
O quarto atentado registrado em Juazeiro contra um profissional da imprensa local, teve como vítima o jornalista Dílson de Santana, que atuava como correspondente do "Jornal da Bahia". Ele foi morto com um tiro na nuca desferido pelo ex-policial, Valmir Oliveira da Silva, em 19 de agosto de 1978. Diante desse fato, a direção do jornal recomendou-me a transferir-me para Juazeiro, onde deveria atuar como repórter, em substituição a Dílson de Santana.
O quinto atentado contra a vida de jornalista, em Juazeiro, ocorreu em 12 de maio de 1980, no interior do jornal "Rivale", tendo como vítima o jornalista Félix Pereira Nunes Filho, o popular "Feluca". Ele foi morto a golpes de canivete à altura do peito, desferidos por José Salazar Leite.
O sexto atentado ocorreu cinco anos depois desse episódio, e teve como vítima este escritor. Em 1984, certo policial invadiu a redação do "Jornal de Juazeiro", fardado e armado de revólver, para atentar contra a minha vida, por causa de uma crônica policial publicada na minha coluna "Pente Fino", que o deixou irritado. Felizmente, nada aconteceu porque eu não me encontrava na redação do jornal, e também, pelo fato de Paganini Nobre Mota, diretor do periódico, ter conseguido fazer o policial mudar de idéia.
No ano seguinte, em 03 de outubro de 1985, por conta da publicação de vários artigos no jornal "A Tarde", em que eu denunciava desmandos de certas autoridades policiais, este colunista foi vítima de outro atentado a tiro de escopeta. Dois pistoleiros me tocaiaram em frente à minha residência, no bairro de Piranga, em Juazeiro, desferindo-me um tiro de escopeta no rosto e, para sorte minha, fui atingido apenas por dois chumbos grossos, sendo que um alojou-se na minha testa e outro penetrou meu olho esquerdo alojando-se no maxilar superior direito.
Como estava envolvida “gente poderosa” (médicos, políticos e policiais) nesse atentado do qual fui vítima, somente quarenta e três dias após, depois de muita pressão por parte do jornal "A Tarde", o coronel PM, Getsemany Galdino, foi enviado como delegado especial, pela Secretaria da Segurança Pública, a pedido do então governador da Bahia, João Durval Carneiro, para fazer a apuração do crime de mando. Muitas pessoas suspeitas desse atentado foram ouvidas, mas ninguém foi denunciado pelo Ministério Público. O inquérito policial foi aberto apenas para atender exigências feitas pela direção do jornal para o qual trabalhávamos e também, para dar satisfação à sociedade de Juazeiro, que acompanhava o desenrolar das manchetes de jornais, emissoras de rádio e redes de TV da capital em tomo do episódio. Os órgãos de comunicação cobravam das autoridades quase que diariamente uma apuração do atentado do qual este escritor fora vítima. Ao final das apurações, o delegado especial disse-me em particular: “Olha, Wilson, tem muita gente graúda envolvida no seu caso; se você quiser viver mais é melhor não ir em frente; deixe no que está que é melhor pra você”.
Em 1992, agora como terapeuta holístico, eu já prestava serviços terapêuticos em Juazeiro e Petrolina. Certa tarde, quando eu passava despreocupado em frente de uma clínica médica, o seu proprietário que prefiro não citar seu nome, tomou a minha frente com um revólver em punho, dizendo que ia me matar, sob a alegação de que eu teria curado uma de suas pacientes de uma enfermidade grave sem possuir diploma de médico. Ele berrava na presença de várias pessoas que ali se encontravam: “Você vai morrer! Seu charlatão! Você não tem diploma de médico para sair por aí curando as pessoas!”. Para minha felicidade passava pela avenida uma viatura da polícia civil ocupara por perito técnico amigo meu, que gritou: “Wilson, o que está acontecendo?”. Nisso o médico adentrou seu consultório correndo com o revólver na mão. Foi pela providencia divina que esse meu amigo da polícia civil apareceu para evitar que fosse assassinado.
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